domingo, 18 de novembro de 2012 1 comentários
O por do sol é o mesmo em todos os lugares do mundo, o sol é o mesmo.
A beleza varia de acordo com quem você é naquele momento...
domingo, 15 de julho de 2012 0 comentários

Terpsícore

E outra vez eu me encontro perdida em um dos becos sem saída que você cria quando se movimenta.
A voz que me diz que tudo o que está acontecendo é somente uma projeção das minhas vontades fica débil demais para que eu a consiga ouvir com claridade quando você sorri assim, eu não posso me ajudar.
Presa fácil nas suas mãos, menina das sapatilhas meia-ponta, eu fico ainda mais frágil do que já sou.
O desenrolar dessa história se mostra à minha frente sem pudor nenhum e tudo o que eu gostaria de poder fazer é fechar os olhos. Não quero crer, não quero ver.
Ninguém pode me culpar por querer mais cinco minutinhos de ilusão.
Quando eu caí do altar feito por minhas próprias mãos em regalo a Érato, eu me machuquei. Lambi minhas feridas por um bom tempo, encolhida em um canto qualquer onde não houvessem olhos sentimentais para me julgar. Somente Calíope, de olhos vendados, conseguiu se aproximar o suficiente. Seu colo, entretanto, foi aceito de muito bom grado. Eu demorei para conseguir ficar de pé novamente, e veja bem, meu amor, esse tal altar não tinha metade da ilusão usada nesse outro em que eu coloquei você.
E é exatamente por isso que ninguém pode me culpar por querer mais cinco minutinhos de ilusão.
Ninguém pode me culpar por querer adiar um pouco (só um pouquinho) a hora de me machucar de novo.
Então deixa eu me perder sem receio nas dobras do seu tutu. Deixa que eu me encante de novo, e de novo, e de novo, e quantas vezes mais você conseguir girar no seu próprio eixo...
Criança boba e apaixonada, que se apaixona com a mesma facilidade com que se abre o seu sorriso, que sou, juro que não me importo de "perder" o resto do tempo que eu ainda tenho só te olhando. Olhando o modo como você se senta. A impressão que eu tenho é que você poderia ter o peso do mundo nas costas e ainda assim, essa aura de altivez que te cerca estaria intacta.
Eu não me importo de perder o tempo que me resta só te olhando.
Eu não me importo de perder o tempo que me resta só te olhando...

terça-feira, 3 de abril de 2012 0 comentários

Musa de chuveiro

Quero ver teu corpo mole, frágil, entregue às investidas dos meus toques. Quero te ouvir ofegando, em meu ouvido, sussurrando por mais mãos e mais saliva em tua pele. Quero me afundar no teu corpo, para te sentir morrer nos meus dedos. Quero te ter exaurida para namorar seus olhos e repousar no teu sorriso.
Meu mundo arde em um desejo sem fim: As pernas bambas, o coração disparado. Os mamilos rijos. E a respiração entrecortada é o autocontrole que me abandonou enquanto ainda navegava em pensamentos.
Mas, aqui, está você: me acordando dos meus delírios soltando beijos no ar e soprando meu pescoço. Minha visão fica turva e tenho a impressão que nunca te vi de verdade, tem sempre essa névoa que te encobre e me tira os sentidos, o fôlego e a saliva da boca quando vejo teus cabelos caindo pelos ombros e tua pele, coberta pelo nada, que, eu queria que fosse o meu corpo.
Mas enquanto não é meu corpo que cobre tua pele, te passo a toalha, olho pro lado tentando não te olhar tão diretamente e você puxa assunto como se fosse possível me comportar com naturalidade enquanto você passa óleo no corpo quase em câmera lenta, pra depois me pedir pra abotoar seu sutiã.
Aqui está você rindo de mim por que tenho certeza que sabe, que sente o que causa em mim. É uma vergonha que eu simplesmente não consiga me controlar.
Esses dias eu não tenho passado de uma vira lata envergonhada...
terça-feira, 13 de março de 2012 0 comentários
Foda é quando você descobre que aquelas mentiras sinceras eram mesmo mentiras...
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012 0 comentários
É simples
Na verdade quem complica sou eu.
É só uma respiração.
Não deveria ser difícil trazer o ar.

xanax ou não xanax? Eis a questão.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012 0 comentários

Abstinência

Tem a ver com essa coisa de desintoxicação.
Só pode ser...
Essa boca seca
Essa dor no estomago
Isso que faz meus pensamentos terem somente uma direção...
Era um vicio!
Tenho certeza que só pode ser um vício!
E eu to aqui fingindo ser forte sentindo a garganta apertar.
Não pagando a conta do celular pra não poder ligar...
Entrando no facebook só com supervisão de um adulto responsável.
Eu to sentindo dor.
A tremedeira não quer parar.
E não encontro um sentido...
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012 0 comentários

(in)Pertencer

A velha sensação de não pertencer sentida de um jeito novo.
Um jeito novo e mais cruel, mais profundo, mais lúcido.
Eu olho para os lados, desesperada, procurando uma maneira de poder deixar de enxergar, de poder fechar os olhos para o reflexo que eu vejo sempre à minha frente e que para mim é apenas um rascunho mal feito do que sou.
Mas não. Eu não consigo fechar os olhos.
Não. Não é um rascunho mal feito, o que eu vejo.
E os olhos desfigurados e sem brilho algum que me encaram de volta toda vez que eu insisto em firmar meus olhos no maldito espelho me falam de um fracasso que eu nunca quis ser. De um fracasso que eu nunca vou saber ser.
É então que o ser e o querer ser se confundem e eu descubro que tudo o que antes eu chamava de verdade está em ruínas.
O mundo girou, os anos se passaram e a inércia me cegou.
A verdade é que eu estive tanto tempo ignorando o movimento ao meu redor que eu simplesmente não consigo enxergar onde foi que eu errei o passo.
Reaprender a dançar agora é difícil, é complicado... E quando eu percebo que eu já não tenho uma companhia de dança, chega a ser doloroso de uma maneira quase fatal.
Vocês lutam tanto, exigem tanto pelo que costumam chamar de liberdade... Mas a única coisa que eu consigo pensar é que a liberdade plena e sem adendos machuca demais.
Correntes são necessárias. Gaiolas são necessárias. Ninhos e manadas, que nada mais são que grilhões disfarçados, são necessários.
Era tudo muito mais fácil quando eu só brincava de descobrir quem sou.
 
;