terça-feira, 8 de novembro de 2011 0 comentários

Questões da humanidade

Ela tinha crescido em meio à novela das oito e aos contos machadianos e rodriguianos.
Ah, Nelson Rodrigues: sexo, amor, traição e tragédia. Quanta tragédia. A dor e a morte anunciadas por questões amorosas.
De repente chega Machado e sua antológica Capitu. Aquela, dos olhos de ressaca. Afinal, ela traiu ou não Bentinho?
Questões da humanidade.
E Luisa então... Pobre burguesa encantada com as peripécias de seu primo Basílio. Traição, traição, traição. Nas novelas, nos filmes.
E aquele que vendeu a mulher por 1 milhão de dólares?
Ambição.
                              Questões da humanidade.
Nosso Vinicius se casou nove vezes e diz que amou a todas intensamente.
             Doce malandro.
“Que não seja imortal, posto que é chama; mas que seja infinito enquanto dure.”               
                                                           Poeta.

Hoje, ela respira fundo. Precisa pensar em poesia antes de cair no abismo que o arrebatamento encerra. Um moço diz que o sentimento é algo como posse. Isso explica. Quanto de posse há na humanidade. Boa ou ruim está intrínseca na maioria dos mortais. Posse caminha ao lado dos outros sentimentos, e ela pensa, pensa, pensa... Termina de ajeitar o cabelo, passa rímel e sai da frente do espelho. Tem a vida inteira pra tentar entender as questões da humanidade.
 
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